Campina Grande, situada no
estado da Paraíba, é a segunda mais importante cidade deste Estado e uma das
maiores do Nordeste brasileiro. Com uma população aproximada de 400 mil
habitantes, é um centro tecnológico e educacional. Existem centros tecnológicos,
universidades e empresas na área de informática, engenharias, e software que a colocam dentre os centros urbanos mais importantes do país na área de informática
e tecnologias. Campina Grande recebe anualmente pessoas de várias cidades do
Brasil e do exterior, que vêm trabalhar ou estudar. Essas pessoas
juntamente com a população local, forma um contingente que necessita utilizar o
transporte público para descolarem-se e enfrentam um dos mais comuns
problemas das grandes capitais e que aparentemente em Campina Grande, parece
ser mais evidente.
Utilizar transporte público em Campina é semelhante a um filme de terror, primeiramente a quantidade de veículos
não atende a demanda, levando aos usuários ficar até 40 minutos nas paradas a
esperada dos ônibus.
Segundo, os motoristas têm um tempo cronometrado, ou seja,
precisam estar em determinados pontos em um horário pré-estabelecidos pelas
empresas, coisa que faz com que os motoristas dirijam como uns loucos, esquecendo que pessoas e não animais ou objetos estão sendo
transportados. Crianças, idosos, pessoas com dificuldade de locomoção precisam
se equilibrar dentro dos veículos com se estivem “andando” em cordas bambas.
Para piorar a situação o cargo de cobrador nos ônibus foi
substituído ou “agregado” ao próprio motorista, que é quem recebe o dinheiro e
passa o troco das passagens. Estes profissionais (motoristas) precisam prestar
atenção ao transito, dirigir rapidamente para não chegar atrasado, receber o
dinheiro, passar o troco, tudo isso com o veículo em movimento. São comuns os acidentes com ônibus, embora não existam estatísticas confiáveis,
visualizar acidentes com esses tipos de veículos tornou-se corriqueiro nas ruas
de Campina Grande.
Para finalizar as passagens de ônibus de Campina está
entre as mais caras do país, é muito mais barato, percorrer um km de ônibus em
cidades como Recife, João Pessoa ou Natal. Então fica a incógnita: Por que as
passagens são tão caras se os percursos são diminutos (em comparação a outras
cidades) e a qualidade do serviço fica a desejar em todos os aspectos (tempo,
qualidade e segurança)?
Esse assunto é pouco discutido
pelas autoridades e pela imprensa campinense, os acidentes continuam
acontecendo, as passagens não param de subir, os estudantes até fazem, de vez em
quando, algumas manifestações, mas com poucas adesões, que muitas vezes nem
chegam a serem noticiadas pela grande imprensa. Ninguém faz nada, a
população não se manifesta, a imprensa se omite, os governantes fingem que não têm
responsabilidades e o brilho da rainha da Borborema é ofuscado pela tragédia
que é o transporte público coletivo.