terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EMATER apoia projeto de inseminação artificial desenvolvido pela EMEPA

Existem duas formas principais de aumentar a produtividade da pecuária no semiárido brasileiro, o primeiro é a oferta de alimentos de qualidade ao rebanho durante todo o ano, que pode ser feita através da conservação de forragens, fornecimento de concentrado, utilização de plantas adaptáveis ao clima, dentre outras, e a segunda mais não menos importante, é o melhoramento genético do mesmo. Adquirir animais de qualidade genética torna-se cada dia mais oneroso para o criador, assim sendo, uma das saídas mais eficiente é a prática da inseminação artificial.

Buscando elevar a produtividade da pecuária dos agricultores familiares do estado a EMATER-Paraíba vem desenvolvendo e apoiando práticas e projetos que aumentem a oferta de alimentos e melhore a genética do rebanho. Um bom exemplo é o apoio que a EMATER vem dando ao projeto Inseminação Artificial em Condomínio na Agricultura Familiar, esse projeto é executado pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA) através de um convênio feito junto ao Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), visa levar a inseminação artificial a um grupo de agricultores (condomínio) de cincos cidades paraibanas. Em cada município atendido pelo projeto será formado um condomínio com 20 (vinte) criadores, cada um poderá ter até 10 (dez) vacas inseminadas, acompanhamento técnico e capacitações quanto o manejo reprodutivo e alimentar do rebanho, outra vantagem é que, dois criadores de cada condomínio, escolhidos dentre os participantes, farão uma capacitação sobre inseminação artificial a ser realizada pela EMEPA, ficando aptos a realizarem a prática em seus municípios, além de todos os equipamentos necessários para a realização da inseminação artificial em bovinos serem disponibilizados pelo projeto a cada condomínio por um período de dois anos, podem o prazo ser renovado. A intenção é que em um período médio de tempo todos os agricultores familiares e criadores dos municípios atendidos tenham acesso a inseminação artificial.


Os municípios atendidos pelo projeto são, Santa Cecília, Gado Bravo, Aroeiras, Umbuzeiro e Queimadas. O Projeto teve inicio em dezembro de 2013 com palestras e mobilizações para inscrições de criadores interessados em todos os municípios, e começou a ser efetuado segunda-feira dia 17 de fevereiro de 2014 na comunidade Maniçoba em Santa Cecília, a Equipe Técnica responsável pelo projeto, e o Extensionista da EMATER local, estiveram presentes nas propriedades dos agricultores para realizarem teste de Brucelose e Tuberculose, fazer exames de toque nos animais, visualizarem a qualidade do rebanho e classificar os animais aptos a receberem a inseminação. Segundo o médico veterinário Dr. Carlos Augusto Clemente a avaliação dos animais, a realização do toque para averiguar prenhes e a verificação da sanidade são fundamentais antes do inicio do processo de inseminação, as próximas etapas são a aplicação de hormônios e a realização da inseminação propriamente dita finalizou Dr. Carlos que juntamente com o Médico veterinário Dr. Ricardo Miranda Leite chefe da Estação Experimental da EMEPA em Umbuzeiro, formam a equipe técnica do projeto. Todas as fases do projeto estão sendo acompanhadas e tem a mobilização da Gerência Local da EMATER em Santa Cecília, com apoio logístico da Prefeitura Municipal. 

Segue fotos das visitas técnicas

















sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma vitória dos trabalhadores rurais paraibanos

Decisão do STF pode por fim a um dos conflitos de terra mais antigos do Brasil

Segue reportagem publicada no site:luizcouto.com.



A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concluiu, na sessão dessa quarta-feira (5), o julgamento do mandado de segurança do proprietário da Fazenda Antas, no município paraibano de Sapé, a 55 quilômetros da capital, João Pessoa, pode acabar com um dos conflitos de terra mais antigos do Brasil, iniciado há mais de 60 anos. O imóvel rural, com 503 hectares, é reivindicado por 57 famílias. 

O proprietário questionava a legalidade do decreto presidencial de desapropriação publicado no Diário Oficial da União, em dezembro de 2006, considerando o imóvel de interesse social para fins de reforma agrária. Por maioria de votos, o mandado de segurança foi negado.

O superintende regional do Incra na Paraíba, Cleofas Caju, elogiou a posição do STF. Na avaliação dele, a justiça foi feita. “Esse conflito com mais de seis décadas trouxe muita tristeza e dor para as famílias envolvidas. Elas já foram vítimas de inúmeras violências, como destruição de lavouras, despejos, ameaças de morte, tiroteios e execução de duas lideranças históricas no estado, que foram João Pedro Teixeira, das Ligas Camponesas, morto em 1962, e o trabalhador rural Sandoval, assassinado em 2000”, relatou o superintendente.

Ele também parabenizou a ação conjunta de todos os setores do Incra, que se empenharam no levantamento de provas sobre o caso. “Quero, ainda, ressaltar a importância das ações empreendidas pela Ouvidoria Agrária Nacional, que sempre manteve diálogo com o Judiciário sobre a importância do julgamento desse mandado. A conclusão desse julgamento é, sem dúvidas, uma grande vitória para o Incra e, sobretudo, para as famílias que moram em Antas, além de ter um simbolismo todo especial para a memória à luta pela terra na Paraíba”, afirmou Caju, acrescentando que, na fazenda, a casa onde João Pedro Teixeira morou com a família foi transformada no Memorial das Ligas Camponesas.

Entendendo o julgamento

O julgamento desta quarta-feira foi retomado com o voto-vista do ministro Dias Toffoli, iniciado em março de 2011. Naquela ocasião, o relator, ministro Joaquim Barbosa, negou o pedido formulado pelo proprietário, cassando, assim, liminar deferida em 2007, pela então presidente do STF, ministra Ellen Gracie, que suspendeu os efeitos do decreto de desapropriação.

Para o relator, existem, no caso, divergências entre as alegações do dono do imóvel e as informações prestadas pela Presidência da República. O proprietário afirma, entre outras alegações, que a fazenda foi alvo de várias invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o que teria afetado sua produtividade. A Presidência da República, porém, sustenta que a desapropriação foi decretada por desatenção à função ambiental da propriedade rural, e não devido às supostas invasões.

Conclusão

Ao trazer o caso de volta ao Plenário, o ministro Dias Toffoli seguiu o entendimento do relator, diante da ausência do requisito do direito líquido e certo do proprietário. O ministro lembrou que há controvérsia quanto à titularidade do direito de propriedade da área supostamente ocupada por trabalhadores sem terra. “Não há certeza de que a área em que há um acampamento do MST seria dentro da Fazenda Antas, como alegado pelo autor, se seria da Arquidiocese da Paraíba ou se seria da Vila da Barra do Município de Sapé, como sustenta a consultoria jurídica do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ou ainda da Fazenda Melancia”, ressaltou.

A matéria, conforme assinalou, é objeto de ação no Tribunal Regional Federal. “Esse mandado de segurança pretende que, independentemente da controvérsia que vem sendo analisada nas instâncias originais, a matéria seja analisada diretamente pelo Supremo”.

Votos dos ministros

Além do ministro Toffoli, seguiram o voto do relator os ministros Roberto Barroso, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. O ministro Celso de Mello acompanhou a divergência aberta pelo ministro Marco Aurélio.

 
Fonte: Ascom Incra/PB, com informação do site do STF.