domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Futuro da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.




Próximo a escolha de seu novo líder a Igreja Católica Apostólica Romana, reunir-se-á antes da Semana Santa para o Conclave (escolha de um novo papa), as expectativas são grandes, muitos acham que o novo líder da multinacional rica e poderosa como disse Luiz Fernando Veríssimo, será um africano, um latino-americano, um moderado ou progressista, que venha trazer mudanças significavas na igreja, mas os 116 cardeais responsáveis pela escolha da vossa santidade pensam diferente, alguns que se arriscaram em falar como o arcebispo emérito de Salvador Dom Geraldo Majella Agnelo, e a alguns cardeis europeus (os que realmente mandam na igreja) são unânimes em falar que não acontecerão grandes mudanças. 


Dificilmente será escolhido um africano ou um latino-americano, segundo os cardeais a igreja não está preparada para um papa africano e os latinos foram influenciados pela Teologia da Libertação, movimento que surgiu dentro das igrejas da América do Sul, que lutou contra as ditaduras militares no continente e foram responsáveis por diversas obras sociais beneficiando milhares de pessoas pobres da região. A Teologia da Libertação foi fortemente combatida pela igreja, e seus lideres silenciados. Assim sendo, provavelmente, teremos um Papa europeu como sempre. Segundo especialistas, os europeus têm mais experiência para administrar a igreja, dos 116 cardeais que votaram no Conclave 61 são europeus. O Brasil maior país católico do mundo possui apenas 05 cardeais, a Itália país com maior número possui 28 cardeais, ou seja, a Cúria Romana é dominada pelos europeus, especialmente os cardeais italianos, para ser Papa é necessário ter o aval deste grupo.

A renúncia de Bento XVI, reflete o que está acontecendo atualmente dentro do Vaticano, esse ato considerado por muitos como de coragem, não se repetia a quase 700 anos. É normal vermos o Conclave após a morte de um Papa. João Paulo II um Papa carismático ficou em seu posto até um último dia de sua vida, passou anos doente, mas não abandonou seu rebanho. Bento XVI diz que está sem condições físicas para continuar, mas sabe-se que existem vários outros motivos para a renúncia do líder da igreja una. 

Os casos de Pedofilia de padres e bispos dos EUA, a corrupção no Vaticano, os escândalos de homossexualismo dentre bispos e cardeais e chantagens, maculam a imagem da igreja. O vazamento de informações e documentos secretos do Vaticano por pessoas ligadas ao Papa e a nomeação de cardeais para cargos importante dentro do Vaticano sem o aval da cúpula dominante, não foi bem aceita pela Cúria Romana e consequentemente enfraqueceu o poder do Papa. Fala-se em um poder paralelo dentro do vaticano que rivaliza com o do Papa. Bento XVI Teólogo conservador, experiente e devoto, não é carismático, segundo Leonardo Boff é um homem rígido, tímido e honesto. Prefere o solidão, a oração, a reflexão, é o oposto de João Paulo II que gostava de pregar, de viajar, de estar perto de seus fieis. Bento preferiu se trancafiar no Vaticano, é mais administrador, viu de perto a corrupção, as mazelas do poder, que João Paulo II preferiu não ver, pois, estava muito ocupado cuidado de seu rebanho e viajando. Sem condições de continuar, com o poder enfraquecido Bento XVI decidiu entrar para a história como o Papa que renunciou.

Agora espera-se pelo novo líder da igreja, que deve ser um europeu conservador, provavelmente italiano que não trará mudança nenhuma. A igreja continuará sendo contra o sacerdócio de mulheres, contra o casamento homossexual, contra o aborto, contra o uso de camisinha, a favor do celibato, continuará em seu mundo, fora da realidade, não atendendo as perspectivas de jovens e de um mundo que muda a cada minuto. 

Em oito anos do conservador Bento XVI (2005-2013) o número de fies católicos no mundo ficou praticamente estável, nesse período o mundo ganhou quase 400 milhões de pessoas, mas o número de católicos não cresceu, permanece em torno de 17 % da população mundial desde 2005, perdendo feio para os muçulmanos que são quase 23 % da população. O número de féis católicos hoje equivale ao número de pessoas sem religião, esses últimos já são 16% da população global. Embora o cristianismo com todas suas tendências seja ainda a maior religião do mundo com 32 % da população, o catolicismo romano só representa 50% dos cristãos, o restante é formado por cristãos protestantes, Católicos Ortodoxos, e outras denominações menores como os Mórmons e as Testemunhas de Jeová. Sem atender as demandas de jovens e da nova visão de mundo da população, não será estranho se o catolicismo romano perde mais espaço e em breve deixar de ser a denominação cristã dominante. 

No Brasil o catolicismo perde espaço anualmente para os protestantes pentecostais, para outras religiões como o espiritismo (2 % da população) e os sem religião que já representam 8% da população brasileira. A população brasileira há trinta anos era formada por 90% de católicos, hoje esse número é de apenas 65%. 

Desta forma, com um Papa conservador a igreja permanecerá de portas fechadas para o resto do mundo, e perguntamos qual será o futuro dessa Igreja que já foi Una (única igreja de cristo), Santa (sem pecados) e Católica (igreja universal), pelo menos esperamos que permaneça Apostólica.

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